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Capítulo 1 – Praśna Tantra

Traduzido por Karen de Witt
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O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
Somente os Ślokas foram traduzidos, preservando-se o trabalho didático do autor com suas análises e consequentes observações.
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Capítulo 1 – Usos da Astrologia Horária


1-2 – De acordo com a opinião dos astrólogos, todos aqueles seres viventes que serão impelidos (por Daiva) gostariam de conhecer o curso da natureza boa e má das coisas em suas vidas. Uma vez, até mesmo o Senhor do mundo, Brahmā, aproximou-se de Viṣṇu para aprender astrologia horária.

Notas – a importância da astrologia horária é enfatizada nos primeiros dois stanzas. Todo mundo é levado por Daiva, ou um impulso interior, a se aproximar de um astrólogo para conhecer sobre seu futuro iminente. Aqui a palavra Daiva é um fator desconhecido e normalmente significando karma passado. Assim, como um resultado de karmas passados, a pessoa obtém prerana, ou inspiração, que o leva a buscar um astrólogo, e então a astrologia horária revela o futuro com base nas disposições atuais dos planetas.


Como colocar uma pergunta

3 – O querente deve se aproximar de um astrólogo instruído, de disposição agradável, pela manhã, com frutas, flores e dinheiro, e olhando para o leste, e após fazer as devidas obediências ao astrólogo, colocar somente uma pergunta de natureza auspiciosa.
4 – A predição de uma pessoa bem versada nos 10 tipos de cálculos de longitudes planetárias, e proficiente no conhecimento astrológico, não pode errar.

Notas – O Śloka 4 é atribuído a Utpala, o comentarista do Bṛhat Jataka.

5. Nas mãos dos homens de aprendizado, cultura e humildade, somente a obtenção de bons resultados é possível.

Notas – O Jatakarnava diz: “Conforme as próprias palavras de Śiva, as predições não devem ser dadas a pessoas que são medíocres, arrogantes, ateístas, violentas e desprovidas de comportamento decente”.

Sobre o Querente

1 – Quer a pessoa seja sincera ou não na colocação da pergunta, deve-se primeiramente observar a força do Lagna. O astrólogo deve então estudar os bons e maus aspectos do querente e sua predição será devidamente inspirada.
2-4 – A intenção do querente será desonesta se:
(a) Candra estiver no Lagna, Śani estiver em um quadrante e Budha[1] estiver em combustão;
(b) Maṅgala e Budha aspectam Candra no Lagna;
(c) Um maléfico se junta ao Lagna;
(d) Bṛhaspati ou Budha lançam um olhar inimigo[2] sobre o Senhor do Bhāva 7.


[1] – Mercúrio, de acordo com Tajaka, está combusto se dentro de 14º (graus)
[2] – Aspectos inimigos são dados em planetas contados de Kendras daquele a ser avaliado.

A intenção do querente será benéfica se:

(a) Um benéfico se junta ao Lagna;
(b) Se Maṅgala ou Candra em sua fase clara (Śukla Pakṣa) e Bṛhaspati aspectam o Lagna; e
(c) Bṛhaspati ou Budha lançam um olhar benéfico[3] sobre o Senhor do 7º Bhava.

Quantidades de Perguntas em um Praśna

5-6 – A primeira pergunta deve ser lida a partir do Lagna, a segunda a partir da Lua, a terceira a partir do Sol, a quarta a partir de Júpiter e a quinta a partir de qual dos dois planetas, Mercúrio ou Vênus, é o mais forte.
7 – Deve-se predizer pelo exame os 10 estados (Avasthas) planetários, tal como Dīptha, etc., e assim a predição não falhará.

Avasthas dos Grahas

8-10 – Em uma Carta Praśna, os planetas sujeitos a diferentes Avasthas são capazes de conferir os seguintes resultados:

1.       Dīptha (exaltação) – sucesso no empreendimento;
2.       Dīna (debilidade) – sofrimento;
3.       Mudhita (signo amigável) – ganho de riqueza e de felicidade;
4.       Svastha (própria casa) – fama;
5.       Suptha (casa inimiga) – sofrimento e medo de inimigos;
6.       Nipīditha (vencido) – perda de dinheiro;
7.       Mushita (combusto) – fracasso e perda de dinheiro;
8.       Parihīna (descendo para a debilidade) – fracasso e perda de dinheiro;
9.       Suvīrya (subindo para a exaltação) – acesso a transportes e ouro;
10.    Athivīra (excesso de vargas benéficos) – sucesso político e valiosos contatos.

[3] – Aspectos amigáveis são dados por planetas em Trinos daquele a ser avaliado.
  
Kārakas
  
11 – O Sol significa Leste, natureza Sattvica, realeza, pai, casta dos Kṣatriyas (guerreiros, militares, e outros afins), calor, cor vermelho sangue, temperamento inconstante, olhos cor de mel, fleuma, minerais, coragem e cabelo fino.
12 – A Lua significa fleuma, estação de chuvas, suavidade, mãe, cor branca leitosa, natureza Sattvica, seres viventes, casta dos Vaiśya (comerciantes), rapidez, forma circular, vento e olhos charmosos.
13 – Marte indica a estação Grīṣma (de meados Maio a meados de Julho, entre Gêmeos e Câncer), casta dos Kṣatriyas, vermelho sangue, Sul, comandante chefe, natureza hesitante, juventude, dhatu, (minerais), olhos brancos (pīta), crueldade, constituição biliosa, sikhi (possuindo um tufo).
14 – Mercúrio significa estação Śarad (de meados Setembro a meados de Novembro, Libra-Escorpião), tom azulado, corpo alto, impotência, mūla (minerais), herdeiro, habilidade na escrita, Norte, casta dos Śudrās (trabalhadores braçais, serviçais etc), uma mistura de natureza fleumática, ventosa e biliosa.
15 – Júpiter governa a natureza Sattvica, riqueza, frio, constituição fleumática, corpo alto, primeiro ministro, Brahmanes, sexo masculino, meio-dia, Nordeste, olhos cor de mel.
16 – Vênus significa paz, mulheres Brahmanes, subordinados, primeiro ministro, natureza inconstante, cor branca, Sudeste, constituição fleumática, gosto amargo e cabelos encaracolados.
17 – Saturno significa cor preta, natureza pecaminosa, fraqueza, velhice, impotência, mūla (minerais), intocáveis, desleixado, a estação Śiśira (Janeiro a Março, Aquário-Peixes), vento, natureza cruel, Oeste e constituição ventosa.
18 – Rahu significa ‘dathu’, tufo de cabelo, mūla (vegetais) e eventos indicados por Saturno se tornam fortes em um Kendra de Mercúrio ou do Lagna.


Natureza de cada Bhava

19 – Da 1ª casa deve-se descobrir a felicidade da pessoa, longevidade, idade, casta, riqueza, disposição, natureza, sofrimento e aparência.
20 – A 2ª casa governa pérolas, pedras preciosas e minerais, bem como a riqueza, vestuário, trabalhos pertencentes a cavalos e estradas.
21 – A 3ª casa governa irmãs e irmãos, empregados e aqueles que realizam trabalhos subalternos.
22 – A 4ª casa governa extensões de terra, locais onde as plantas são batidas, extensões abundantes de vegetações, medicinais especiais, tesouros achados e fendas.
23 – A 5ª casa tem governo sobre gravidez, problemas, andanças, feitiços e encantamentos, arbitragem, aprendizado, inteligência e discursos.
24 – A 6ª casa indica medo de ladrões, inimigos, combate, jumentos, ações diabólicas, tio materno, medo e obstrução, e empregados.
25 – Da 7ª casa se deve ler sobre viagens, transações, disputas, jornadas e esposa ou marido.
26 – A 8ª casa governa travessia de rios, esquecimento, sofrimento, males, problemas de inimigos, perda de propriedade, ações maléficas, banhos, doenças e ações clandestinas.
27 – A 9ª casa significa tanques, poços, lagos, reservatórios de água, locais de adoração, matemática, votos (de penitência), peregrinações e justiça.
28 – Os eventos a serem acertados da 10ª casa são Governo, autoridade, ações meritórias, virtude, posição, pai, coisas essenciais, chuva e fenômenos celestiais.
29 – A 11ª casa significa elefante e passeios a cavalo, roupas, alimentos de primeira necessidade, ouro, filha e ganhos de riqueza.
30 – A 12ª casa governa a renuncia, o prazer, disputas, caridade, cultivação e gastos institucionais.