© Todos os Direitos Reservados. Não é permitido compartilhar o conteúdo deste Blog em outros sites. Este Blog está protegido contra cópias de seu conteúdo inteiro ou em partes. Grata pela compreensão.

Maharṣi Parāśara



Brahmā 
Brahmā ensinou os Vedas e Vedāṅga para seu filho Nārada, nascido de sua mente. Por sua vez Nārada transmitiu esse conhecimento para Maharṣi Śaunaka. Maharṣi Parāśara, sendo discípulo deste último, recebeu todo o conhecimento. Parāśara também aprendeu Jyotiṣa diretamente de seu avô, Maharṣi Vasiṣṭha. Jyotiṣa é um dos ramos do Vedāṅga, o 5º membro, conhecido como o olho do Kālapuruṣa. A visão do Kālapuruṣa é o guardião da Luz do Conhecimento Sagrado.

Nascimento

O grande Ṛṣi Parāśara foi um astrólogo e autor de muitos textos Hindus. Acredita-se que ele tenha vivido em torno de 3.100 a.C., a Era Védica, período que se define pela criação da tradição que se consolidou nos hinos dos quatro Vedas. Contudo, alguns acreditam que ele tenha vivido mais tarde, em torno de 1.500 a.C, o qual é a Era Brahmanica, Era seguinte à Era Védica e muito posterior à guerra do Mahābhārata descrita por seu filho, o sábio Vyāsa.

Acredita-se que o seu local de nascimento é Panhala, forte no distrito de Kolhapur de Maharashtra. Uma caverna, supostamente como sendo de Parāśara Muni, existe no forte.

Obra

Maharṣi Parāśara é o autor do primeiro Purāṇa, o Viṣṇu Purāṇa, antes de seu filho Veda-Vyāsa tê-lo escrito em sua forma atual. Parāśara foi neto do Ṛṣi Vasiṣṭha que, com Arundhatī, teve um filho chamado Śakti Maharṣi, o qual gerou Parāśara. Ele é o terceiro membro do Ṛṣi Paramparā do Advaita Guru Paramparā. Parāśara também escreveu o monumental Bṛhat Parāśara Horā Śāstra, embora se diga que este livro tenha sido organizado por seus alunos a partir de seus ensinamentos.

Parāśara foi criado por seu avô, Vasiṣṭha, porque ele perdeu seu pai muito cedo. Śakti Muni estava em uma viagem quando encontrou um Rākṣasa (demônio) que havia sido um rei, mas que, por uma maldição de Viśvamitra, transformara-se em um demônio comedor de carne e sangue humanos. O demônio devorou o pai de Parāśara. No Viṣṇu Purāṇa, Parāśara narra esta passagem de sua vida.

"Eu ouvi falar que o meu pai fora devorado por um Rākṣasa empregado por Viśvamitra. Raiva violenta se apoderou de mim, e comecei um sacrifício para a destruição de todos os Rākṣasas. Centenas deles foram reduzidos às cinzas pelo rito e, quando estavam prestes a serem totalmente exterminados, meu avô Vasiṣṭha me falou: ‘Chega, meu filho, que a tua ira seja apaziguada. Os Rākṣasas não são culpados, a morte de teu pai foi obra do destino, raiva é a paixão dos insensatos, não convém a um homem sábio. Por quem, pode-se perguntar, alguém é assassinado? Todo homem colhe as consequências de seus próprios atos. A raiva, meu filho, é a destruição de tudo o que o homem obtém por esforços árduos, da fama, e de austeridades devotas, e impede a realização do céu, ou da emancipação. Os principais sábios sempre evitam a ira, eles não estão sujeitos à sua influência, meu filho. Não permita mais que nenhum desses espíritos das trevas seja consumido. A misericórdia é o poder dos justos.’”


Nascimento de Veda-Vyāsa

Parāśara Muni, por vontade do Senhor Viṣṇu, Brahmā e Mahādeva, em uma de suas viagens por todo o País, parou por uma noite em uma pequena aldeia às margens do rio Yamunā. Ele se hospedou na casa do chefe da aldeia. Quando amanheceu, o chefe pediu a sua filha, Satyavatī, para transportar o sábio ao seu próximo destino. Quando na balsa, Parāśara ficou ofendido com o cheiro de peixe cru. Ele perguntou a Satyavatī de onde o mau cheiro vinha. Satyavatī era filha de pescador e se dedicava à mesma ocupação, então o mau cheiro vinha dela. Percebendo isto, Parāśara lhe chamou de “Matsyagandha”, que significa “alguém com cheiro de peixe”. Satyavatī ficou envergonhada. Parāśara sentiu pena dela por sua própria crueldade e, no mesmo instante, concedeu-lhe uma bênção, que a melhor fragrância pudesse ser emitida dela.

Parāśara também abençoou Satyavatī com um filho, o qual lhe deu o nome Vyāsa. Deixando Satyavatī cuidando de Vyāsa, Parāśara passou a realizar Tapas. Mais tarde, Vyāsa também se transformou em um Ṛṣi e Satyavatī voltou para a casa de seu pai e, no devido curso se casou com Śantu.

Morte

Parāśara foi conhecido como “o sábio manco”. Ele teve a perna ferida durante um ataque ao seu Āśrama. Quando um Ṛṣi morre, ele imerge em um elemento, ou arquétipo. Quando o sábio Parāśara estava caminhando por uma densa floresta, ele e seus alunos foram atacados por lobos. Ele foi incapaz de escapar devido a sua velhice com uma perna manca e, então, deixou este mundo fundindo-se nos lobos. Em outra citação sobre sua vida, é dito que ele se entregou em sacrifício para os lobos de modo que seus discípulos pudessem fugir e salvar todos os livros que continham seus ensinamentos. 

No Ṛk Veda, Parāśara, filho de Śakti Muni, é o vidente dos versos 1.65-73, os quais são todos em louvor a Agni, o Fogo Sagrado, e parte do 9.97 (v.31-44), o qual é um louvor a Soma. Abaixo o primeiro verso:

devo na yaḥ savitā satyamanmā kratvā nipāti vṛjanāni viṣvā
purupraṣasto amatirna satya ātmeva Sevo didhiṣāyyo bhūt


Ele, que é como o Sol divino, que conhece a verdade (de todas as coisas), preserva por suas ações (seus devotos), em todos os encontros; como a natureza, ele é imutável e, como a alma, é a fonte de toda felicidade.: ele é sempre querido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário