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Movimentos do Sol

Capítulo 55 – Descrição dos Movimentos do Sol


55:1-2 – Sūta disse – falarei agora, brevemente, sobre a carruagem do Sol, da Lua e de outros planetas. Falarei também dos movimentos do Sol, que bebe a água. Brahmā construiu a carruagem do Sol com um propósito específico. Oh, excelente dos Brāhmaṇas, isto foi feito com as partes do ano.
55:3-5 – A carruagem dourada do Sol é a morada de todos os deuses. Ele tem três compartimentos e cinco raios. Seu comprimento é de mil yojanas e tem a mesma medida em largura. De duas vezes este comprimento é a distância entre o assento do condutor e o polo do eixo. Os cavalos estão localizados do lado da roda. Eles são livres, mas parecem que foram atrelados à roda. O número de cavalos é sete.
55:6 – Os cavalos estão ligados aos lado da roda. O eixo da roda está completo até o seu centro. A carruagem se move com a roda e os cavalos e os centros da roda se movem juntos com o eixo.
55:7 – O eixo que sustenta o braço central da direção gira juntamente com a roda. É a inteligente Estrela Polar (Dhruva) que impulsiona as luminárias por meio do vento e dos raios (ou o vento que funciona como rédeas).
55:8 – Existem duas rédeas na carruagem que estão amarradas às extremidades do jugo e do eixo. A carruagem está amarrada por meio das rédeas ao jugo e ao eixo que se move pela graça de Dhruva (a estrela polar).
55:9 – Conforme a carruagem se move e junto move o céu, surgem os brilhos em círculos iluminados. As extremidades do jugo e dos eixos estão à direita da carruagem.
55:10 – Quando os cavalos são puxados para além de Dhruva, pelas rédeas, tanto o jugo quanto o eixo, bem como as rédeas, seguem o braço central da direção e da roda.
55:11-13 – As extremidades do polo e do eixo da carruagem, que tem o cavalo de vento, gira em todas as direções como uma corda fixada a um prego. No curso de Uttarāyaṇa (Norte), conforme a carruagem se move em torno dos maṇḍalas, as rédeas aumentam de tamanho, uma vez que elas estão soltas. No curso do Dakṣiṇāyana (Sul), quando a carruagem se move em torno dos maṇḍalas, as rédeas se contraem. Em ambos os casos as rédeas são operadas por Dhruva e, então, o Sol sentado dentro da carruagem, move-se em torno dos maṇḍalas.
55:14-15 – A distância entre os dois solstícios (verão e inverno) consiste de cento e oitenta graus (180º). O Sol se move sobre os maṇḍalas externamente, assim como as rédeas estão sendo liberadas por Dhruva. Ele, em seguida, circunda os maṇḍalas se movendo rapidamente.
55:16 – Os deuses e os sábios constantemente adoram o Senhor Bhāskara (outro nome para o deus Sol) que, em si mesmo, é Bhava e Īśvara, ou o dia e a noite.
55:17 – A carruagem é ocupada pelos Devas, Ādityas, Sábios, Gandharvas, Apsāras e as Serpentes, além dos Rākṣasas e dos Grāmaṇīs.
55:18 – Estes residem dentro do Sol por dois meses sucessivamente, além de desenvolver e nutrir o auspicioso Sol por meio de seus esplendores.
55:19 – Os sábios elogiam o Sol recitando os hinos. Os Gandharvas e Apsarās O adoram com dança e música.
55:20 – Os Grāmaṇīs, Yakṣas e Bhūtas sustentam as chuvas. As Serpentes (Sarpa) sustentam o Sol e os Rākṣasas O segue.
55:21 – Os Bālakhilyas rodeiam o Sol, do nascer ao pôr, e O acompanham. Desta forma, todos eles residem no Sol por dois meses sucessivamente.
55:22-23 – Oh proeminente dos Brāhmaṇas, os doze meses seguintes forma um ano humano: (1) Madhu (Caitra); (2) Mādhava (Vaiśākha); (3) Śukra (Jyeṣṭha); (4) Śuci (Āṣāḍha); (5) Nabhas (Śrāvaṇa); (6) Nabhasya (Bhādrapada); (7) Iṣa (Āśvina); (8) Ūrja (Kārttika); (9) Sahasa (Mārgaśīrṣa); (10) Sahasya (Pauṣa); (11) Tapas (Māgha); e (12) Tapasya (Phālguna).
55:24 – Os seis Ṛtus (estações) são: (1) Vāsantika (primavera); (2) Grīṣma (verão); (3) Vārṣika (estação da chuva); (4) Śarada (outono); (5) Hima (primeiro inverno); (6) Śiśira (último inverno).
55:25-44 – Os seguintes grupos sempre acompanham o Sol:

12 Deuses – Os deuses são doze em número, aqueles que nutrem o Sol com seus respectivos lustres, e são conhecidos como Dhātṛ, Aryama, Mitra, Varuṇa, Indra, Vivasvān, Pūṣā, Parajanya, Aṁśu, Bhaga, Tvaṣṭṛ e Viṣṇu;

12 Ṛṣis – Os sábios são doze em número, aqueles que elogiam o Sol com a recitação de hinos. Eles são Pulastya, Pulaha, Atri, Vasiṣṭha, Aṅgīras, Bhṛgu, Bharadvāja, Gautama, Kaśyapa, Kratu, Jamadagni e Viśvāmitra;

12 Sarpas – As serpentes são doze em número, aqueles que sustentam o grande deus Sol, e são conhecidos como Vāsuki, Kankaṇīkara, Takṣaka, Nāga, Elapara, Śankhapāla, Airāvata (Irāvān), Dhanañjaya, Mahāpadma, Karkoṭaka, Kambala e Aśvatara;

12 Gandharvas – Os doze excelentes Gandharvas são aqueles que criam a água por meio da música; eles, efetivamente, adoram o Sol. Eles são conhecidos pelos nomes de Tumburu, Nārada, Hāhā, Hūhū, Viśvavasu, Ugrasena, Suruci, Parāvasu, Citrasena, Ūrṇāyu, Dhṛtarāṣṭra e Sūryavarcā;

12 Apsarās – Estas doze Apsarās agradam o deus sol com sua atrativa dança Tāṇḍava. Elas são conhecidas pelos nomes de Kṛtasthalā, a divina donzela Puñjakusthalā, Menakā com belos lábios, Sahajanya, Pramalocā com sorriso agradável, Anumlocā, Ghṛtācī, Viśvācī, Urvaśī, aquela que também é conhecida pelo nome de Pūrvacitti, Tilottamā, e a nobre Rambhā, tendo os lótus como face;

12 Grāmiṇī – Os doze raios são mantidos no meio, os quais são conhecidos como Rathakṛta, Rathanjā, Rathacitra, Subāhu, Rathasvana, Varuṇa, Suṣeṇa, Senajit, Tārkṣya, Ariṣṭanemi, Kṣatijita, Satyajit:

7 Grupos de Yātudhānas – São em numero de sete, são os que guardam o Sol segurando armas em suas mãos, e são conhecidos pelos nomes de Rakṣoheti, Praheti, Paureṣaya, Budha, Sarpa, Vyāghra, Āpa, Vāta, Vidyuta, Divākara, Brahmopeta e Yajñopeta. Estes são os sete grupos de sete cada ume cada um deles se orgulham de sua posição. Em todos os sete oceanos, dois de cada um desses grupos ocupam o Sol por dois meses, como detalhado abaixo:

55:45-48 – (1) Durante os meses de Caitra e de Vaiśākha


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Dhātṛ e Aryaṇa
2
Sábios
Pulaha e Pulastya
3
Serpentes
Vasuki e Kanakaṇikara
4
Gandharva
Tumburu e Nārada
5
Apsarās
Kṛtasthalā  Puñjikasthalā
6
Grāmaṇīs
Rathakṛta e Rathanjas
7
Yātudhānas
Rakṣoheti e Praheti

55:49-51 – (2) Durante os meses de Jyeṣṭha e de Āṣāḍha


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Mitra e Varuṇa
2
Sábios
Atri e Vasiṣṭha
3
Serpentes
Takṣaka e Nāga
4
Gandharva
Hāhā e Hūhū
5
Apsarās
Menakā e Sahajanya
6
Grāmaṇīs
Rathacitra e Subāhu
7
Yātudhānas
Paureṣaya e Budha

55:52-54 – (3) Durante os meses de Śrāvaṇa e Bhādrapada


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Indra e Vivasvān
2
Sábios
Aṅgīras e Bhṛgu
3
Serpentes
Elapara e Śankhapāla
4
Gandharva
Viśvavasu e Ugrasena
5
Apsarās
Pramalocā e Anumlocā
6
Grāmaṇīs
Rathasvana eVaruṇa
7
Yātudhānas
Sarpa e Vyāghra,

55:55-57 –  (4) Durante os meses de Āśvin e Kārttika


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Pūṣā e Parajanya
2
Sábios
Bharadvāja e Gautama
3
Serpentes
Airāvata (Irāvān) e Dhanañjaya
4
Gandharva
Suruci e Parāvasu
5
Apsarās
Ghṛtācī e Viśvācī
6
Grāmaṇīs
Suṣeṇa e Senajit
7
Yātudhānas
Āpa e Vāta

55:58-61 –  (5) Durante os meses de Mārgaśirṣa e Pauṣa


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Aṁśu e Bhaga
2
Sábios
Kaśyapa e Kratu,
3
Serpentes
Mahāpadma e Karkoṭaka
4
Gandharva
Citrasena e Ūrṇāyu
5
Apsarās
Urvaśī e Pūrvacitti
6
Grāmaṇīs
Tārkṣya e Ariṣṭanemi
7
Yātudhānas
Vidyuta e Divākara

55:62-65 –  (6) Durante os meses de Māgha e de Phālguna


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Tvaṣṭṛ e Viṣṇu
2
Sábios
Jamadagni e Viśvāmitra
3
Serpentes
Kambala e Aśvatara
4
Gandharva
Dhṛtarāṣṭra e Sūryavarcā.
5
Apsarās
Tilottamā e Rambhā
6
Grāmaṇīs
Kṣatijita e Satyajit
7
Yātudhānas
Brahmopeta e Yajñopeta


55:66 –  Estas divindades acompanham o Sol por dois meses a cada vez em diferentes grupos como indicado acima. Estas doze divindades são os governantes das forças durante os doze meses do ano solar.
55:67-69 –  As divindades nutrem e fazem com que o Sol brilhe com seus respectivos lustres. Os sábios elogiam o Sol recitando hinos dos Vedas. Os Gandharvas e os Apsarās adoram o Sol com dança, música e canções. Os Grāmaṇīs, incluindo os Yakṣas e espíritos, sustentam as rédeas dos cavalos da carruagem do Sol. As Serpentes carregam o Sol. Os Yātudhānas ou Rākṣasas seguem a carruagem do Sol. Os Bālakhilyās circundam o Sol do seu nascer ao seu poente, e O carregam até o Aṣṭācala – a montanha do Sol poente.
55:70-71 – Seja qual for o brilho, tapas, yoga, mantra e proeza pertencente a cada um deles, isto é combinado e faz o Sol brilhar. Todos eles acompanham o Sol com cada um dos grupos.
55:72-73 – Os sábios, os deuses, Gandharvas, serpentes, os atendentes dos Apsarās, Grāmaṇīs, Yakṣas e Yātudhānas, são aquecidos particularmente, despejam água de chuva, brilham intensamente, movem-se, criam e removem as ações não auspiciosas dos seres viventes e foram descritos em conformidade.
55:74 – Eles destroem tudo o que não é auspicioso nas pessoas perversas e, por vezes, também removem as ações não auspiciosas das pessoas nobres.
55:75 – Eles sempre permanecem estabelecidos nos planos, os quais movem com a velocidade do vento. Eles podem ir a diferentes lugares livremente. Eles andam com o Sol através do dia.
55:76 – Eles gotejam a si mesmos como a chuva, brilho e outros deleites. Os Ṛṣis, eles salvam todos os seres viventes, além do céu, da destruição.
55:77 – Eles permanecem orgulhosos de suas posições nos Manvantaras.
55:78 – Eles vivem com o Sol em grupos de catorze, em todos os catorze Manvantaras.
55:79 – Oh proeminente sábio, as atividades do inteligente senhor dos Devas, foram trazidas aqui, alguns em brevidade, com base no que foi ouvido por mim e na forma como realmente aconteceu.
55:80 – Estes sete grupos de doze divindades em cada um dos grupos são aquelas que se orgulham de suas posições e se identificam com elas. Eles acompanham o Sol por dois meses cada na mesma ordem, assim como explicado acima.
55:81 – Assim o Sol faz o dia brilhar a faz sua carruagem com uma única roda, no qual ele mesmo está estabelecido, ser puxada por sete cavalos divinos com grande velocidade.
55:82 – Ele permanece estabelecido na carruagem de uma roda só através do dia e da noite, movendo-se sobre os sete oceanos com a ajuda destes sete grupos.

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1 - Sete (7) grupos de doze cada um; deixei a tradução do modo como estava no texto.

Liṅga Mahā Purāṇa – Capítulo 55, Livro 1. Texto em Sanskrito e tradução para o Inglês por Shanti Lal Nagar. Parimal Publications, Delhi; ano 2011

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