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Kulārṇava Tantra – Ullāsa 11

कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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एकादश उल्लासः
ekādaśa ullāsaḥ

Décimo-Primeiro Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por: 

Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
 गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ 
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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As notas de rodapé, conforme citações das autoridades acima mencionadas, 
serão acrescentadas após o término das publicações dos capítulos restantes.







Śrī Devī disse:

11:1 – Oh Kuleśa ! Eu quero ouvir sobre a Ordem do Kulācāra, o qual é adorado por todo mundo. Oh Meu Senhor ! Oh Oceano de Compaixão ! amavelmente me fale sobre isso.

Śrī Īśvara disse:

11:2 – Ouça, Oh Devī !  Estou falando sobre o que Você me perguntou. Por meramente ouvir isto a pessoa se torna Livre da escravidão animal.
11:3 – Se um iniciado e pessoa antiga é excluída da Kula Pūjā, então a pessoa mais nova, se ele conhecer a Ordem, deve realizar a Kula Pūjā.
11:4 – Aproximando-se de tal pessoa, deve-se saudá-lo com um Guru, oferecer a ele tudo e tomar o restante.
11:5-6 – No meio da adoração de um Guru, um mais velho, ou uma pessoa venerável vem, então o Sādhaka deve completar as formalidades de Saudações etc., e, obtendo sua permissão, prosseguir. Quando os mais velhos e os mais jovens (em experiência) se reúnem, a formalidade entre eles, Oh Kulanāyike ! é estabelecida assim.

No evento da chegada de um Kaulika desconhecido

11:7 – No momento em que chega um Kaulika desconhecido, deve-se observar as formalidades tradicionais e lembrar seu Gurudeva oferecendo libações de água de acordo com a própria prática.
                                                                                 
Momento de adoração

11:8 – A adoração diária deve ser realizada durante o dia, enquanto que as ocasionais se deve realizar de noite. Ambas são rituais desejáveis – assim foi declarado pelos Śāstras.

Deveres relacionados à adoração

11:9 – Sem banho, sem sentar em um assento apropriado, ou depois de comer, ou enquanto fala, ou sem adorar a si mesmo com roupas apropriadas, ou sem realizar nyāsas no corpo, não se deve fazer a Kula Pūjā.
11:10 – Oh Minha Amada ! a Pūjā sem Mantra, Tarpaṇa, sem Māṁsa e sem bebida, sem Śaktis, diz-se que é sem frutos.
11:11 – Não se deve realizar a adoração de Śrī Cakra sozinho nem adorar no mesmo vaso, nem adorar com uma mão, nem beber com outra.
11:12 – A adoração com Matsya, Māṁsa e Āsava não deve ser feita junto a um Paśu. O Sādhaka deve entra no Cakra somente depois das Saudações e sair somente depois das Saudações.
11:13 – Oh Minha Amada ! No Śrī Cakra não se deve se sentar e nem se manter parado na postura Vīrāsana. Oh Devī ! a visão do próprio Śrī Cakra destrói todos os pecados. Se um Kaulika é incapaz de ver o Śrī Cakra, então seus dois olhos não são olhos e se tornam como duas feridas.
11:14 – Até mesmo o comportamento das Śaktis e dos Kaulikas sentados em um Cakra se tornam apropriados. Oh Devī ! eles devem ser tratados como Gaurī e Śiva, e não devem ser desrespeitados.
Solicitação para o néctar na casa de um Kulācārya

11:15 – Se alguém for para a casa de um Kulācārya, ele deve então, com o propósito de se livrar dos pecados, devotamente solicitar por néctar e nesta ausência de bebida, somente água.
11:16 – Saudando o vaso oferecido pelo Kulācārya, deve-se receber o vaso com devoção, caso contrário ele vai para o inferno.

Regras relacionadas à bebida do Kula dravya

11:17 – Quem se refugia no Kuladravya sem banho, sem devoção ou por ganância, ele, Oh Kuleśvarī ! cai em pobreza.
11:18 – Usando um turbante ou vestuários adaptados, ou quem está nu, ou quem está com os cabelos desgrenhados, quem está em companhia de outras pessoas, ou está discutindo, inquieto, ou com raiva, não deve beber o Kulāmṛta.
11:19 – Quem une vinho de um vaso cheio de vinho, o qual passa por muitas mãos ou que contém os restos de vinho, ou do qual foi bebido através da sucção, recebe a curse dos Devas.
11:20 – Oh Minha Amada ! todos aqueles que se sentam no mesmo assento, que comem do mesmo vaso, e que bebem Dravyas do mesmo pote, vão para o inferno.
11:21 – Oh Maheśāni ! Se o Guru, ou seu filho, ou seus descendentes, vivem no mesmo vilarejo ou povoação onde o Sādhaka também vive, então tal Sādhaka deve repartir os Kula Dravyas somente depois de sua permissão. Caso contrário o Sādhaka irá para o inferno.

Comportamentos proibidos no Cakra

11:22 – Oh Pārvati ! em um Kula não se deve tocar os Kula Dravyas com mãos sujas. Somente depois de lavar suas mãos fora do Cakra se deve dar os Kula Dravyas aos outros.
11:23 – Oh Minha Amada ! um Sādhaka não preenche o vaso pelo levantamento do recipiente do vinho e nunca deve derramar o vaso que ele está bebendo naquele recipiente.
11:24 – Com o objetivo de se limpar, quem lava suas mãos etc., no meio do Cakra, aquele tolo é alcançado por calamidades.
11:25 – Quem se alivia, urina ou solta gases no meio do Cakra se torna um Paśu das Yoginīs.
11:26 – Oh Minha Amada ! para pacificar os pecados incorridos no evento de quebrar um pote ou de seu derramamento no chão, ou de apagar uma lamparina no meio de um Cakra, o Śrī Cakra deve ser adorado novamente.
11:27-28 – Oh Minha Amada ! o sábio no Cakra realiza Japa e Dhyāna, recita Stotras, saúda, prega, mostra curiosidade e se delicia. Por outro lado, Oh Minha Amada ! os ignorantes ficam intoxicados, vagam e rugem, riem e brigam, choram, desejam por senhoras e falam mal dos outros.
11:29 – Brincadeiras, inúteis e excessivas conversações, sofrimento, medo e raiva, são proibidos em um Cakra.
11:30 – Oh Mahādevi ! não se deve andar no Cakra com um pote de bebida nas mãos. Oh Minha amada ! mantendo o vaso cheio de vinho em suas mãos, não se deve ficar sentado indefinidamente.
11:31 – Oh Ambike ! enquanto se mantém o vaso de bebida em suas mãos, não se deve indulgirá em conversações inúteis. O recipiente do vinho não deve ser nem quebrado e nem tocado pelos pés, nem gotas de vinho devem ser derramados no chão.
11:32 – O recipiente de vinho não deve ser oferecido com uma mão ou sem Mudrā. O vaso não deve ser nem removido de seu local nem misturado com outros.
11:33 – Nem se deve produzir um som enquanto se bebe o vinho e nem produzir qualquer som enquanto se enche. O vaso não deve ser nem colocado com outros nem derramado.
11:34 – O pote não deve nem ser levantado junto com seu suporte e nem mantido separado de seu suporte. Oh Minha Amada ! o pote não deve ser completamente esvaziado e nem girado.
11:35 – Oh Minha Amada ! não se deve nem saltar sobre o pote e nem levantá-lo. Deve-se esconde-lo muito bem depois de limpo. Oh Parameśvari ! esta é a prescrição.

Perda pelo contato de um Paśu

11:36-37 – No estado de exuberância, se um Kaulika fica na companhia de um Paśu ou lê um Paśuśāstra, ou fica em companhia de uma senhor Paśu, ou copula com ela, ou segue as religiões dos Paśus, então sua própria religião, finanças, duração da vida, mérito, conhecimento e confortos, tudo isto será destruído.
11:38 – Aquele que, por desejo pessoal, ou ganância, ou medo, oferece os Kula Dravyas de um Śrī Cakra para outras pessoas, torna-se um Paśu das Yoginīs.


Deveres de um Sādhaka

11:39 – No meio de um Cakra não se deve entrar em controvérsia até mesmo com um inimigo; ao contrário, deve-se trata-lo como um pai ou mãe até mesmo suportando suas palavras difíceis.
11:40 – Aquele prazer que decorre de se ver os membros de sua própria família, ou seus amigos, se decorrido por uma pessoa que vê um Kaulika, então aquela pessoa se torna um favorito das Yoginīs.
11:41 – Quem tem tal atitude definida como “De Brahmā à base, todo mundo é, para mim, como a prole de meu Guru e eu sou um discípulo de todo mundo; quem sobre a terra não é favorável a mim”, ele se torna um favorito de Nós dois.
11:42 – Quem se orgulha em pensamento “eu sou um Guru, eu sou um mais antigo, eu sou o conhecedor da Verdade”, nunca pode ser um Kaulika.
11:43 – Oh Devi ! com devoção, prefixando a palavra Śrī antes do nome do Guru, os Kulaśāstras e os locais de adoração, deve-se saudar estes e falar sobre suas glórias.
11:44 – Oh Minha Amada ! exceto durante o Japa, não se deve pronunciar o nome de seu Guru e descreve-lo com exclamações como Śrīnātha, Deva, Svāmī etc.
11:45 – Oh Deveśi ! exceto ao próprio discípulo, o Śrī Guru Pādukā, o Mūla Mantras e o seu próprio Pādukā não devem ser revelados a ninguém.
11:46 – A Tradição, Āgama, Āmnāya e Mantrācāra etc., são efetivos somente quando obtidos da boca de um Guru, não o contrário.
11:47 – Oh Minha Amada ! o livro original que comporta o Śrī-Śāstra não deve ser dado aos outros. Tal Livro também deve ser adorado com devoção e nunca passado aos Paśus.
11:48 – Oh Pārvati ! deve-se servir ao Kulaśāstra como se fosse sua própria esposa e evitar os Paśuśāstras como se fossem as esposas de outras pessoas.
11:49 – Assim como o leite contido dentro do próprio corpo é intragável para um Dvija (o duas vezes nascido), semelhantemente as religiões predicantes da boca do Paśu não valem a pena serem ouvidas por um Kaulika.
11:50 – Aqueles que ouvem o Kulācāra e falam de acordo com os Śāstras alcançam a proximidade de Yoginī-Vīra.
11:51 – Oh Kuleśvarī ! aqueles que não têm fé neste Kula Dharma são incapazes de se livrarem do inferno até mesmo no final da dissolução.

5 tipos de esposas do Guru

11:52 – Ūḍhā (casada), Dhṛtā (guardada), Krītā (comprada), Samahṛtā (vinculada por laços de amor) e Kāmaratā (apegada através do desejo sexual), são os cinco tipos de esposas de um Guru. Como o próprio Guru todas estas são invioláveis e veneráveis.

Mulheres Proibidas

11:53 – Não se deve desejar para Guru-śakti, Vīra-patnī (esposa de um Vīra), Kumārī (virgem), Vrata-dhāriṇī (devotada às Observâncias e aos Votos), Vyaṅgāṅgī (desprovida de algum membro), Vikṛtāṅgī (deformada) e Kubjikā (corcunda).
11:54 – Filha, irmã, neta, nora e a amada esposa não devem ser mostradas ao Guru.

Mulheres veneráveis

11:55 – Kṛṣṇāṁśukā, Kṛṣṇavarṇā, Manoharā e jovens virgens devem ser adoradas como Divindades.
11:56 – A Kula Yoginī não deve ser injuriada forçosamente. Em um Cakra, Oh Kula Sundarī, deve-se desejar somente aqueles que são auto agitados.

Coisas a serem veneradas quando vistas

11:57-58 – Carne crua, Surā (vinho), Kumbha (pote), elefante no calor, alguém trazendo símbolos de Realizações, a árvore Aśoka, virgens em oração, campo de cremação, grupo de senhoras, mulher usando roupas vermelhas – todos estes quando vistos devem ser adorados com devoção.

Ações proibidas

11:59-62 – A Śakti do Guru, o filho do Guru, os Kula Sādhakas mais antigos e mais jovens, os Śāstras da Filosofia Kula, os Kula Dravyas, inspiradores, indicadores, representativos, videntes, professores e oradores dos Kaulas, pessoas Yogīs e Yoginīs Siddhas, garotas, virgens, mulheres nuas ou insanas – nenhum destes devem ser nem condenados, nem ridicularizados ou desrespeitados, nem deve se dirigir a tais pessoas de forma rude ou falar inverdades. A Kula Strī (Senhora do Kula) não deve nunca ser chamada de feia ou negra.
11:63 – Ações cometidas ou não feitas pelos Vīras devotadas nunca devem ser examinadas e nunca se deve ver nudeza, insanidade ou os seios nus de uma mulher. Nunca coabite com uma mulher durante o dia e nunca veja sua vagina.

Todas as mulheres são como mães

11:64-65 – Qualquer que seja a mulher ela deve ser trada como mãe. Ultrajar a pureza das mulheres irrita as Yoginīs. Se uma mulher comete cem crimes ela não deve, ainda assim, ser atingida nem mesmo por uma flor. As falhas das senhoras não devem nunca ser contadas e suas qualidades sempre devem ser divulgadas.

Sobre as Kula-Vṛkṣas

11:66 – As Kula Yoginīs sempre moram nas Kula Vṛkṣas (árvores do Kula). Portanto, não se deve comer sobre as folhas de tais árvores e elas devem ser adoradas especialmente.
11:67 – Não se deve nem dormir sob as Kula Vṛkṣas e nem criar qualquer perturbação sob elas. De outra forma, vendo ou ouvindo sobre tais árvores, deve-se saudá-las com devoção e nunca cortá-las.
11:68 – Śleṣmātaka (Cordia Latifolia), Karañja (Pongamia Glabra), Nimb ou Nīma (Azadirachta Indica), Aśvattha (Ficus Religiosa), Kadamba (Nauclea Cadamba), Bilva (Aegle Marmelos), Vaṭa (Ficus Indica), Uḍumbara (Ficus Glomerata), Tintidi (Tamarinda) sãos as 9 Kula Vṛkṣas

5 ações e 5 pecados proibidos para os Kaulikas

11:69 – Prāyaścita (penitência), Bhṛgupāta (cometer suicídio se jogando de um precipício), Sanyāsa (renúncia), Vrata-dhārana (se ocupar com as observâncias), e Tīrthayātrā (peregrinações) são as cinco ações proibidas para um Kaula.
11:70 – Vīrahatyā (assassinato de um Vīra), Vṛthā-pāna (beber em vão), copulação com a esposa de um Vīra, roubar os Vīra Dravyas e associação com os Vīra Dravyas são os cinco pecados para um Kaulika

Especialidade dos Kaulas – 1. Nigraha (Restrição); e 2. Anugraha (Bondade)

11:71 – Essência do Śaivismo é o Conhecimento da Verdade; de Gāruḍīvidyā, capacidade de tomar veneno; de Astrologia, capacidade de predizer sobre os Eclipses etc., e da Restrição e Bondade dos Kaulas.

Ações pecaminosas

11:72 – Quem ridiculariza o Devatā, o Guru, o Siddhācāra dos Śāstras, quem rouba fatos científicos e é inimigo do Guru se torna um Brahma Rākṣasa (o fantasma de um Brahmaṇe que levou uma vida profana).
11:73 – Oh Minha Amada ! Aqueles que distorcem as palavras de um Guru, que desrespeitam os Vīras, que usam palavras duras contra o Guru, que derrotam um Vīra em briga, e que diminuem os Kula Śāstras, também se tornam um Brahma Rākṣasa.
11:74 – Quem desafia o Guru que dá o Ekākṣara (Mantra), vaga em centenas de espécies e por último ele se torna um Cāṇḍāla.

Nenhum pecado em matar quem descrê o Kula

11:75 – Aqueles que condenam a mãe dos outros, o pai, a esposa, irmão, parentes, filhos e família, devem ser mortos sem um segundo pensamento.
11:76-77 – Oh Kuleśvarī ! para a proteção do Guru, Devatā, Kaulika, Kulāgama e Kuladharma, quem morre depois de matar um difamador, imerge em Parama Śiva.
11:78 – Onde existe bem estar de muitos pela morte de uma má pessoa, o assassinato de tal má pessoa é considerada uma ação meritória.

Assuntos do Śrī Cakra são secretos

11:79 – Quer sejam auspiciosos ou inauspiciosos, os assuntos do Śrī Cakra não devem ser revelados. Oh Parameśvari ! assim foi ordenado.
11:80 – Oh Minha Amada ! o assunto do Kula Dharma nunca deve ser discutido com Paśus, assim como os Vedas não devem ser recitados diante de um Śūdras.
11:81 – Pīṭha-kṣetra, Āgama, Āmnāya, suas ciências e praticas, a descrição dos Kaulikas e dos Kula Dravyas, não deve ser dado aos Paśus
11:82 – Oh Minha Amada ! assim como alguém protege sua riqueza e bens materiais de ladrões etc., assim se o Kula Dharma deve ser protegido dos Paśus.
11:83 – Kaula pelo coração, na aparência um Śaiva, e um Vaiṣṇava no meio de homens comuns, desta forma, Oh Devi ! como a água no côco, um Kula deve ser mantido em segredo.
11:84 – Oh Devī ! o Kula Dharma deve ser mantido em segredo em todas as condições, sempre e em todos os lugares, como uma mulher que mantém em segredo a sua concepção de seu amor.
11:85 – Os Vedas, Śāstras e Purāṇas são claros como as prostitutas, mas esta Śāmbhavīvidyā (ciência sobre Śiva) é secreta como uma nora.
11:86 – O Devatā mostra gentileza e concede os Siddhis desejados para os bem ocultos Kaulikācāra, mas destrói aqueles que os divulgam.
11:87 – Oh Kuleśi ! os conhecedores do Kulaśāstra e os devotados à Kula Pūjā, que servem a Você silenciosamente, obtêm residência junto a Você.
11:88 – O sábio deve divulgar o Guru e com esforço manter o Mantra em segredo. Revelando o que não deve ser revelado, ele destrói tanto a riqueza quando a duração da vida.
11:89 – O degradado de outros Ācāras pode tomar abrigo do Kulācāra; mas aqueles degradados do Kulācāra vão para o inferno chamado Raurava.
11:90 – Os caminhos de elevação dos grandes pecadores estão prescritos nos Śāstras, mas os caminhos de elevação dos degradantes do Kula não são visíveis em nenhum lugar.
11:91-94 – Tomando abrigo no Kula Dharma, se alguém não segue suas práticas, então tal pessoa, um grande pecador de comportamento imprudente, é atormentado por calamidades, pecado, doenças, pobreza, conflitos e medo da raiva das Yoginīs a cada passo. Atormentado e ridicularizado por todo mundo, tal pessoa, rejeitado por todos, vaga de país em país. Todas estas ações trazem perda para ele e aqui também as Śākinīs, que são as protetoras do Caminho do Kula, o devoram, porque Eu mesmo peço para elas fazerem isto.
11:95 – Portanto, Oh Devī ! pessoas de boa conduta, por si sós, tornam-se as favoritas das Yoginīs, e aquelas que não seguem as práticas dos quatro Vedas são destruídos por elas.

Erros que trazem a queda dos Kaulikas

11:96 – Quem trata o Pādukā por si só como a essência é controlado por boa conduta. Somente pela boa conduta se pode obter o encontro de Yoginī-Vīra. Por fazer qualquer coisa contrária, um Kaulika renasce no mundo animal.
11:97 – Isto é comprovado pelas regras prescritas que o Kaulika é destruído por sua má conduta, enquanto que aderindo ao bem ele obtém Ājñā Siddhi. Esta é a verdade.

A importância da boa conduta

11:98 – Oh Kuleśvarī ! nem a consagração de Mantras, nem as ações virtuosas como a leitura dos Śāstras são as bases do Kula Dharma.
11:99 – Oh Śāmbhavī ! ele sozinho é um Kaulika e devotado ao Samayācāra aquele que conhece o significado de Parā Śrī Pādukā, as três Verdades e os Ācāras etc.
11:100 – A menos que um Sādhaka siga o Samayācāra, ele não pode se tornar um Kaulika. Se ele segue o Samayācāra, então, em sua morte, ele obtém a emancipação.
11:101 – A falta de Saṁskāras, o desrespeito às palavras do Guru e a desgraça dos Ācāras trazem a queda de um Kaulika.
11:102-103 – A não existência de rituais diários e ocasionais, Dravyas, Mantra e Yantra, companhia de Paśus não elegíveis, mistura de Mantras, divulgação deliberada e inadvertida de segredos são as faltas, Oh Minha Amada ! cujos pecados trazem a queda.

Penitência para o Sādhaka culpado

11:104 – Considerando o momento, local, idade e capacidade monetária, o Guru deve dizer a penitência para um discípulo pecador para a purificação de todos os seus pecados.
11:105 – O discípulo deve também se submeter às penitências prescritas pelo Guru. Ou então, Japa do nome do Guru também é uma penitência para todos os pecados.
11:106 – Assim como Agni (fogo) purifica diretamente todas as impurezas do ouro, da mesma forma se deve queimar todas as impurezas de suas más ações no fogo da Penitência.
11:107 – Por que dizer muito, Oh Pārvati ! Ouça este segredo: os Ācāras do Varṇāśrama são, por si sós, capazes de conceder bons resultados.

Ācāras a serem instruídos três vezes pelo Guru

11:108 – Oh Kuleśvarī ! O Guru deve instruir sobre os Ācāras por, no mínimo, três vezes. E se ainda assim o discípulo não os seguir, então o Guru não permanece um pecador.

Responsabilidade do Guru para os pecados dos discípulos.

11:109 – Assim como o Rei carrega as faltas de seus Ministros, ou um marido carrega as faltas se sua esposa, assim o Guru carrega os pecados de um Sādhaka. Não há dúvida disto.
11:110 – Oh Kuleśvarī ! assim Eu descrevi a Você, em brevidade, os métodos do Kulācāra. Agora, o que mais, Oh Devī ! Você quer ouvir?





iti śrīkulārṇave nirvāṇamokṣadvāre mahārahasye
sarvāgamottamottame sapādalakṣagranthe pañcama-
khaṇḍe ūrdhvāmnāyatantre kulācārakathanaṁ
nāma ekādaśa ullāsaḥ ||11||