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15 - Hamsa Upanishad (Śukla Yajur Veda)



15 - Hamsa Upanishad




Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Maio/2010
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Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library



Invocação



Om! Aquele (Brahma) é infinito, e este (universo) é infinito.
O infinito procede do infinito.
(Então) tomando a infinitude do infinito (universo),
Ele permanece como o infinito (Brahma) sozinho.
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!



(NT. Este Upanishad trata do Mantra So Ham e de sua execução.)


1: Gautama dirigiu-se a Sanatkumara assim: “Oh, Senhor, tu és o conhecedor de todos os Dharmas e és bem versado em todos os Shastras, suplico, diga-me os meios pelo qual eu posso obter um conhecimento de Brahma-Vidya (*).


(* NT. avidya = ignorância; Brahma-Vidya é um antigo sistema de yoga e filosofia que leva à percepção direta, ou a percepção da realidade, o conhecimento de Brahman. Este sistema mantém funções espirituais que estão relacionadas com as funções fisiológicas das glândulas endócrinas. Ela enfatiza o papel da meditação para a realização da natureza espiritual de uma pessoa e utiliza exercícios que envolvem a respiração para apoiar e estimular as capacidades fisiológicas relacionadas.)


2: Sanatkumara respondeu assim: “Ouça, Oh, Gautama, o que o Tattva, tal como entendido por Parvati, depois de interrogado em todos os Dharmas e verificado pela opinião de Shiva.

3: Este tratado sobre a natureza do Hamsa (*) o qual dá o fruto da bem-aventurança e da salvação, e o qual é como um tesouro para o yogue, é (uma) muito mística (ciência), e não deve ser revelado (ao público).

(* NT. Em sânscrito, Hamsa significa, literalmente, cisne.)

4: Agora vamos explicar a verdadeira natureza de Hamsa e Paramahamsa para o benefício de um Brahmacharin (um buscador de Brahman, ou celibatário), que tem seus desejos sob controle, é devotado ao seu guru e sempre contempla (como) Hamsa, e realiza assim: Ele (Hamsa) está permeando todos os corpos como fogo (ou calor) em todos os tipos de madeira, ou óleo, em todos os tipos de sementes de Gingelly. Tendo conhecido (ele) assim, uma pessoa não encontra com a morte.

Tendo contraído o ânus (com os calcanhares pressionados contra ele), tendo elevado Vayu (ar) de (Mula) Adhara (Chakra), tendo feito três vezes o circuito em torno de Swadhisthana, tendo ido para Manipuraka, tendo cruzado Anahata, tendo controlado Prana em Vishuddhi e, então, tendo alcançado Ajna, a pessoa deve contemplar em Brahmarandhra (na testa), e tendo meditado lá sempre “Eu sou de três Matras”, toma conhecimento (deste Eu) e se torna sem forma. O Sisna (pênis) tem dois lados (esquerdo e direito da cabeça aos pés). Isto é aquele Paramahamsa (Hamsa Supremo, ou mais Elevado Eu), tendo a resplandecência de Crores (Crores = dez milhões) de sóis, e por quem todo este mundo é preenchido.

Se (este Hamsa, o qual tem Buddhi como veículo) tem oito vezes Vritti. (Quando ele está) na pétala do lado oriental (leste), há a inclinação (em uma pessoa) para ações virtuosas; na pétala do sudeste, surge sono, preguiça etc.; do sul, existe a tendência à crueldade; do sudoeste, existe a inclinação aos pecados; no oeste, existe a inclinação à diversão sensual; do noroeste, surge o desejo de caminhar, e outros; do norte, surge o desejo de luxúria; do nordeste, surge o desejo de acumular dinheiro; no meio (ou no espaço entre as duas pétalas), existe a indiferença aos prazeres materiais. No filamento (do lótus), surge o estado de vigília; no pericarpo, surge a Svapna (estado de sonho); no Bija (semente do pericarpo), surge a Sushupti (estado de sono sem sonhos); quando, deixando o lótus, existe o Turya (quarto estado). Quando Hamsa está absorvido no Nada (som espiritual), o estado além do quarto é alcançado. Nada (o qual está no final do som e além do discurso e da mente) é como um cristal puro, que se estende de (Mula) Adhara ao Brahmarandhra. É o que é falado como Brahman e Paramatman.

(Aqui está a execução de Ajapa Gayatri como é dado):

Agora, Hamsa é o Rishi; o verso é Avyakta Gayatri; Paramahamsa é o Devata (ou deidade presidente), “Ham” é o Bija; “Sa” é a Shakti; So Ham é o Kilaka (cunha). Assim existem seis. Existem 21.600 Hamsas (ou respirações) em um dia e uma noite. (Saudações a) Surya, Soma, Niranjana (o imaculado) e Nirabhasa (o menor universo). Ajapa mantra. (Possam) os corpos imateriais e sutis serem guiados (ou iluminar meu entendimento). De Vaushat a Agni-Soma. Então, os Anganyasas e os Karanyasas surgem (ou devem ser executados depois dos Mantras, conforme eles são realizados antes dos Mantras) no coração e em outros (locais). Tendo feito assim, deve-se contemplar sobre Hamsa como o Atman neste coração. Agni e Soma são suas asas (lados direito e esquerdo); Omkara é a sua cabeça; Ukara e Bindu são os três olhos e a face, respectivamente; Rudra e Rudrani (ou a esposa de Rudra) são os pés Kanthata (ou a realização da unidade de Jivatma, ou Hamsa, abaixo do eu com Paramatman, ou Paramahamsa, o Mais Elevado Eu) é feito em duas partes (Samprajnata e Asamprajnata).


Depois disso, Unmani é o fim do Ajapa (Mantra). Tendo assim refletido sobre o Manas, por meio Deste (Hamsa), ouve-se o Nada depois de proferir este Japa (Mantra) dez milhões (Crore) de vezes. O (Nada) é (começa a ser ouvido como) de dez tipos. O primeiro é Chini (como o som da palavra); o segundo é Chini-Chini; o terceiro é o som do sino; o quarto é o da concha; o quinto é o de Tantiri (alaúde); o sexto é o som de Tala (címbalos); o sétimo é o da flauta; o oitavo é o de Bheri (tambor), o nono é o de Mridanga (duplo tambor); e o décimo é o de nuvens (ou seja, trovão). Ele pode experimentar o décimo sem os primeiros nove sons (através da iniciação de um Guru). No primeiro estágio, seu corpo se torna Chini-Chini; no segundo, existe (Bhanjana) a ruptura (ou abalo) no corpo; no terceiro, existe (Bhedana) perfuração; no quarto, a cabeça vibra; no quinto, o palato produz saliva; no sexto, o néctar é alcançado; no sétimo, o conhecimento do oculto (coisas no mundo) surge; no oitavo, Para-Vak é ouvido; no nono, ele alcança Para-Brahman na presença de (ou com) Atman, o qual é Brahman. Depois disso, quando Manas é destruído, quando o que é a fonte de Sankalpa e Vikalpa desaparece, devido à destruição destes dois, e quando virtudes e pecados são queimados, em seguida, ele brilha como um Sadashiva da natureza de Shakti, penetrando em todos os lugares, sendo esplendor em sua maior essência, o imaculado, o eterno, o imaculado e o mais silencioso OM. Assim é o ensinamento dos Vedas; e assim é o Upanishad”.


Invocação


Om! Aquele (Brahma) é infinito, e este (universo) é infinito.
O infinito procede do infinito.
(Então) tomando a infinitude do infinito (universo),
Ele permanece como o infinito (Brahma) sozinho.
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!



Aqui termina o Hamsa Upanishad pertencente ao Sukla Yajur Veda